sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma lista de livros, séries e filmes para os alunos de Comunicação e Artes continuarem aprendendo fora da universidade

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Mídia em letras

Existem clássicos de Machado de Assis, Camões, Shakespeare, entre outros, que devem sempre ser lidos e revistos por qualquer pessoa, ainda mais por alguém que pretende seguir nas áreas de Comunicação ou Artes. Mas outros gêneros também trazem conteúdos diversificados e interessantes para esses profissionais. Um exemplo é o jornalismo literário, tendo como destaque “A Sangue Frio”, em que Truman Capote descreve um assassinato brutal de uma família no estado do Kansas (EUA), enfocando a história das vítimas e dos criminosos. Vale ressaltar que mesmo antes desse movimento existir, o brasileiro Euclides da Cunha já havia utilizado tal técnica em “Os Sertões”, livro baseado em suas reportagens sobre a Guerra de Canudos, feitas para o jornal O Estado de S. Paulo.

Outras apostas seriam os livros específicos de algumas mídias, que trocam os termos técnicos por uma linguagem descontraída, a exemplo do “Almanaque dos Quadrinhos: 100 Anos de uma Mídia Popular”, de Carlos Patati e Flávio Braga, indicado para quem gosta do gênero, além do livro de Miriam Goldfeder, “Por Trás das Ondas da Rádio Nacional”, para quem quer conhecer os bastidores da famosa emissora. Os amantes de música têm como opções o “Almanaque do Rock”, de Kid Vinil, e “1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer”, de Robert Demery. Para quem é viciado em televisão, as dicas são o “Almanaque da TV: Histórias e Curiosidades Desta Máquina de Fazer Doido”, de Bia Braune & Rixa, que conta o panorama desta mídia no Brasil, e “Almanaque dos Seriados”, de Paulo Gustavo Pereira, que detalha as séries de maior sucesso entre os anos 1950 e 2000. Já os cinéfilos têm várias alternativas, como o conhecido “1001” Filmes Para Ver Antes de Morrer”, de Steven Jay Schneider, o recém-lançado “Almanaque do Cinema”, realizado pelos jornalistas do site Omelete, e o best-seller “O Clube do Filme”, de David Gilmour, no qual o autor descreve a difícil tarefa de educar o filho a partir dos filmes.

Bastidores em séries

Os seriados oferecem um leque diverso de produções dos mais variados temas, inclusive sobre a vida atribulada dos artistas e profissionais de comunicação. Algumas delas são as premiadas: “Mad Men”, drama que tem como pano de fundo a vida de um publicitário nos anos 1960 e volta a ter a 1ª temporada exibida no dia 02 de dezembro, às 19 horas, na HBO; “Entourage”, exibida em diversos horários no Maxprime e na HBO Plus, conta a vida de um aspirante a astro de cinema e seus amigos em Hollywood; e “30 Rock”, transmitida de segunda a sexta, às 23 horas, e aos domingos, às 11, pela Sony, mostra de forma cômica os bastidores de um programa de variedades. Uma opção mais antiga, para ser apreciada em DVD, é “Newsradio”, série produzida pela NBC e baseada no dia-a-dia dos funcionários de uma emissora de rádio.

Uma novidade interessante dessa temporada na televisão é “Glee”, uma série sobre um coral de escola composto pelos “losers”, aqueles alunos deixados de lado no colégio. Por trás da história adolescente, a atração da Fox (quarta às 22 h) faz uma sátira da sociedade americana e ainda traz ótimas versões de músicas pop. A dica nacional fica com “Som e Fúria”, ótima produção brasileira da Globo e da O2 Filmes, dirigida por Fernando Meirelles, que apresentava uma espécie de making of de espetáculos de Shakespeare entrelaçado com a vida de todos os envolvidos nas peças. A minissérie foi transformada em um filme que está sendo exibido apenas no HSBC Belas Artes, mas quem quiser ver a trama completa no conforto de casa precisa esperar, porque ainda não há previsão de lançamento do DVD.

Pipoca no sofá e na poltrona

Para os estudantes de jornalismo, existem filmes indispensáveis, como o clássico “Cidadão Kane”, no qual Orson Welles trata com maestria o monopólio da mídia e até onde um homem pode chegar para atingir o poder. Outra exigência, até de alguns vestibulares renomados, é “Todos os Homens do Presidente”, de Alan J. Pakula, baseado no caso real dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, que investigaram o escândalo do Watergate, levando, após alguns anos, à renúncia do presidente norte-americano Richard Nixon. Duas obras excelentes de Billy Wilder também são essenciais: “A Montanha dos Sete Abutres” fala sobre a falta de limites do sensacionalismo e “A Primeira Página”, com a impagável dupla Jack Lemmon e Walter Matthau, mostra o cotidiano atribulado dentro de um jornal.

Entre as produções indicadas ao Oscar nos últimos anos, destacam-se filmes de ótima qualidade, como “Capote”, no qual Philip Seymour Hoffman ganhou o prêmio de Melhor Ator da Academia, vivendo o difícil processo do escritor para desenvolver o já citado “A Sangue Frio”. Já “Boa Noite e Boa Sorte”, dirigido por George Clooney, mostra a tensão gerada quando o famoso âncora de televisão Edward R. Morrow revela os métodos utilizados pelo senador McCarthy na caça aos comunistas. Outro conflito interessante de ser analisado é o de “Frost/Nixon”, de Ron Howard, que traz os detalhes da entrevista de maior audiência na história da televisão, um duelo entre o apresentador David Frost e o ex-presidente Richard Nixon após três anos da sua renúncia. Também entre os lançamentos recentes, uma dica é “Intrigas de Estado”, que tem Russel Crowe e Rachel McAdams interpretando jornalistas de gerações diferentes investigando o mesmo caso.

Mas, se nas férias o aluno estiver cansado de assistir a filmes com cargas dramáticas tão fortes, certas comédias românticas podem ser uma alternativa. Um clássico é “A Princesa e o Plebeu”, em que Audrey Hepburn faz uma princesa que foge para curtir a vida e encontra o repórter vivido por Gregory Peck, que se aproveita da situação. Das produções mais novas, “O Diabo Veste Prada”, “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom” e “O Diário de Bridget Jones” se destacam como bons entretenimentos que trazem, cada um a sua maneira, jornalistas tentando conciliar a vida pessoal com a profissional. E entre o que está em cartaz nos cinemas, uma ótima opção é “Julie & Julia”, que, além de ter a culinária como mote e a atuação sempre excelente de Meryl Streep, traz ainda a questão do sucesso dos blogs, um espaço que permite aos jornalistas darem, hoje, a sua opinião sem a censura de um editor.

Em outras áreas, as sugestões são “As Pontes de Madison” (Clint Eastwood) para quem aprecia fotografias, “Quase Famosos” (Cameron Crowe) e “Aconteceu em Woodstock” (Ang Lee) para os amantes de música, e “Obrigado Por Fumar” (Jason Reitman) para quem quer conhecer melhor o trabalho de relações públicas e a arte de argumentar. E é claro que o próprio cinema não podia ficar de fora de uma lista como essa. Algumas dicas são: a comédia romântica “Queridinhos da América” sobre a vida conturbada dos atores e de quem os cerca; o clássico “Crepúsculo dos Deuses”, de Billy Wilder, que mostra como a “montanha-russa do sucesso” pode levar os artistas à decadência humana; e o cult “Rebobine, Por Favor”, de Michel Gondry, no qual um funcionário de uma videolocadora, após apagar todas as fitas por acidente, tenta recriar os filmes de forma caseira.

Uma lista completa de livros, séries e filmes sobre Comunicação e Artes seria muito densa e se tornaria impossível de ser publicada. A questão é aproveitar as férias, lembrando que tudo o que diverte tem algo a ensinar.

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Por Nayara Reynaud